Doação de órgãos: vida e esperança para quem mais necessita
15/09/2023
Todos
os anos, no
mês de setembro, o Brasil se veste de verde para celebrar o
"Setembro
Verde," um movimento que visa conscientizar a população sobre
a
importância da doação de órgãos e tecidos. Esta campanha
representa uma
oportunidade crucial de educação e incentivo à solidariedade,
pois a doação de
órgãos é um gesto de amor e empatia que pode salvar vidas.
A
Santa Casa de
Votuporanga é referência em captação de órgãos, levando
esperança e salvando
vidas de quem está na fila de transplante. Há anos, a Comissão
Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplantes (CIHDOTT) da
Instituição atua na identificação de possíveis doadores,
viabilizando o
diagnóstico de morte encefálica, acolhendo os familiares de
pacientes falecidos
e oferecendo a eles a possibilidade da doação.
O Hospital está
vinculado à
Equipe da OPO-SJRP (Organização de Procura de Órgãos do Hospital
de Base) que
promove a ligação com a rede Nacional de Transplantes. Assim que uma doação
é autorizada,
inicia-se uma série de ações com protocolos rígidos.
A partir daí, a Central de
Transplantes é
notificada e articula a operação. Para o processo acontecer, é
fundamental a
colaboração e apoio das equipes de Emergência, Unidade de
Terapia Intensiva
(UTI), Centro Cirúrgico, CIHDOTT e administração, além do
trabalho de todos do
Hospital.
A escolha de quem
recebe o órgão
é determinada pela Central de Transplantes do ministério, que
cruza as
informações do doador com as de quem está na lista, avaliando,
por exemplo,
tempo de espera, idade e padrão de compatibilidade sanguínea e
imunológica. O
processo é sigiloso e não há contato entre doador e receptor.
Neste ano, até o momento, a
Santa Casa captou sete
córneas e um múltiplos órgãos, sendo eles fígado, rins e
córneas.
Autorização
das famílias
Conversar com nossas famílias sobre o tema e manifestar
o desejo de doar
órgãos é o caminho para que autorizem a retirada após o
diagnóstico de óbito.
Seja um doador e ajude a salvar vidas!
“A nossa maior importância na atuação é transformar o
momento de luto do
familiar do paciente na possibilidade de doação de órgãos e
tecidos para
transplantes. A comissão se empenha neste processo,
acompanhando desde o início
e, assim, salvando vidas”, explicou a Coordenadora
de Enfermagem da CIHDOTT, Fernanda
Medeiros.
Na busca pela conscientização, os profissionais se
empenham no diálogo
com os familiares. “Lidar com o luto de uma família é difícil
e demanda de uma
comunicação com muito respeito e empatia. A equipe está sempre
preparada, com
formação de diversos treinamentos e capacitações relacionados
à “comunicação de
más notícias”. Entretanto, não existe um modelo ideal. O que deve prevalecer são
respeito pelo
falecimento, o amor pelo próximo, o desejo do possível doador
e a esperança. O
nosso maior desafio é a falta de informação da população à
respeito do serviço,
mas a abordagem respeitosa pode mudar este cenário”,
ressaltou.
Por
que as pessoas
recusam?
Estigma, falta de preparo dos profissionais e
o processo de
luto dos familiares são fatores que dificultam a doação de
órgãos. Essa é uma
das conclusões da pesquisa “Por dentro do coração: pesquisa
busca entender
recusa familiar na doação de órgãos”, desenvolvida na Escola de
Enfermagem da
Universidade de São Paulo (EE/USP). Dados da Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) mostram que, pela
primeira vez desde 1998, a fila de espera por um órgão no Brasil
passou de 50 mil pessoas, o que segundo especialistas é um
impacto direto provocado pela pandemia da Covid-19. Ainda
segundo a ABTO, em 2022 o percentual de recusas foi recorde:
47%. Nos anos anteriores, esse índice ficava em torno de 40%.
Atualmente, são mais de 55 mil pessoas na lista de espera e os
órgãos mais necessários são: rim, córnea, fígado, coração e
pulmão.