Um gesto de amor que salva vidas: Santa Casa realiza mais uma captação de órgãos
03/10/2025
Nesta sexta-feira (3/10), a Santa Casa de Votuporanga foi palco de
mais um gesto silencioso, mas profundamente transformador. A
família de um paciente de 54 anos, morador de Votuporanga, disse
“sim” à doação de órgãos e, com isso, permitiu que a vida
continuasse para outras pessoas.
Foram captados fígado, rins, válvulas cardíacas e córneas, que
agora levarão esperança a quem aguardava ansiosamente por um
transplante. Essa foi a segunda captação realizada pela
Instituição em apenas uma semana, um marco que reafirma o
compromisso da Santa Casa com a vida — e a força da solidariedade
humana mesmo diante da dor.
Em um momento tão difícil, a decisão da família foi um ato de
coragem, empatia e generosidade. O silêncio da despedida se
transformou em uma nova chance para pacientes que agora têm a
oportunidade de recomeçar.
A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e
Tecidos para Transplante (CIHDOTT), Fernanda Bueno, reforça a
importância desse gesto. "Cada decisão de doar representa vidas
que continuam, sonhos que seguem e famílias que se renovam. Por
isso, é fundamental conversar sobre a doação de órgãos em família,
garantindo que esse desejo seja respeitado e transformado em
realidade no momento certo."
A equipe hospitalar atuou com respeito e dedicação durante todo o
processo, desde o diagnóstico de morte encefálica até a captação,
junto à Central de Transplantes.
“Não há palavras que possam medir a grandeza de um ato como esse.
A família, ao autorizar a doação, transformou luto em esperança.
Somos imensamente gratos pela confiança e pelo amor
compartilhado”, destacou Fernanda.
Como acontece o processo de captação de órgãos?
A captação de órgãos é um procedimento altamente técnico, mas
também profundamente humano.
Tudo começa quando a equipe médica identifica sinais compatíveis
com morte encefálica, condição em que há a perda total e
irreversível das funções cerebrais. A partir daí, são realizados
dois exames clínicos rigorosos, com intervalo mínimo de tempo
entre eles, conforme determina o protocolo do Ministério da Saúde.
Após a confirmação da morte encefálica, a equipe da CIHDOTT
(Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplante) entra em ação, realizando um trabalho delicado de
acolhimento e esclarecimento junto à família. É neste momento que
a possibilidade da doação é apresentada com empatia, cuidado e
respeito ao luto.
Com a autorização familiar, a Central Estadual de Transplantes é
acionada para organizar a logística da captação e identificar os
receptores compatíveis.
A equipe cirúrgica especializada é então mobilizada para a
retirada dos órgãos, que são preservados e enviados com urgência
para os hospitais onde os pacientes transplantados aguardam.
Tudo acontece com total segurança, ética e dignidade — tanto para
o doador quanto para os receptores.
A Santa Casa de Votuporanga agradece, com profundo respeito, à
família do doador por permitir que, mesmo na dor, o amor
prevalecesse. E reforça o seu compromisso diário: cuidar, acolher
e transformar vidas.