Santa Casa realiza captação múltipla de órgãos
25/03/2022
Mais do que uma demonstração de amor ao próximo, a doação de órgãos é a
única esperança de vida ou oportunidade de recomeço para pacientes à
espera de um transplante. No meio de seu luto, uma família fez renascer a
vida em muitas pessoas.
Os familiares autorizaram a captação de órgãos de uma vítima de morte
encefálica e, com esta sábia decisão, começou uma corrida contra o tempo
na Santa Casa de Votuporanga. O procedimento foi coordenado pela
Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplantes (CIHDOTT) da Instituição nesta quarta-feira (23/3).
Foram captados fígado, válvulas cardíacas, rins e córneas. Para o
processo acontecer, foram fundamentais a colaboração e apoio das equipes
de Emergência, Centro Cirúrgico, CIHDOTT e administração do Hospital.
As córneas foram captadas pela enfermeira da equipe CIHDOTT da Santa
Casa, Juliana Elizei, e pelo técnico de Enfermagem, Wilson Poloni. Os
demais órgãos foram retirados pelos profissionais de Organização de
Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de São José do Rio Preto,
com apoio do médico responsável pela Comissão, Dr. Luis Glover. “Foi um
dia muito importante para nós, coroando todo o retorno dos trabalhos de
nossa Comissão. Em meio ao luto, uma família foi extremamente solidária e
salvou vidas”, afirmou Juliana.
O ato de doar órgãos é fundamental para salvar vidas de pacientes que
estão na fila e vivem com restrições por conta das doenças. “Nossa
satisfação com cada captação é grande, pois em meio a toda burocracia
existente, logística, há equipes que não medem esforços para estas ações
e as que atuam constantemente para manter as condições ideais do nosso
sistema para estes procedimentos. Mas nada disso seria possível se não
fosse esse compromisso e a solidariedade das famílias”, enfatizou o
médico Dr. Glover.
O provedor da Santa Casa, Dr. Roberto Biazi, disse que é gratificante
realizar captações para salvar vidas e, ao mesmo tempo, desmistificar um
assunto tão cercado pelo preconceito e a falta de informação. “É
gratificante e ao mesmo tempo emocionante, pois vivenciamos a
generosidade das famílias doadoras e até mesmo a alegria delas em saber
que apesar da perda estarão transformando e dando esperança a vida de
outras pessoas”, disse.
Protocolo
O Ministério da Saúde ressalta que hoje, pela legislação brasileira, a
retirada de órgãos e tecidos de pessoas com morte encefálica comprovada
só pode acontecer após a autorização da família. Por isso, quem tem
interesse em doar órgãos deve manter a família avisada, diz o governo.
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua
família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada
por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a
doação por escrito após a morte.
A gerente de Enfermagem, Daisy Vitor e integrante da CIHDOTT, afirmou
que é importante as famílias introduzirem essa conversa em suas rotinas.
“Muitas pessoas apontam que desconheciam a vontade do familiar sobre a
doação. Pode parecer estranho falar sobre isso quando estamos totalmente
saudáveis, mas ter essa abordagem durante o dia a dia, com calma, é
mais fácil de elucidar do que em um momento crítico em que a família
está abalada”, explicou.
Sobre a Comissão
A Comissão está vinculada à Equipe da OPO-SJRP (Organização de Procura
de Órgãos do Hospital de Base) que promove a ligação com a rede Nacional
de Transplantes. O serviço da CIHDOTT oferece a chance de doar os
órgãos e multiplicar o gesto, colaborando no ato da doação e também
insere o Hospital no sistema nacional de transplante.