Provedor da Santa Casa explica cenário atual de COVID-19 em live
24/03/2021
A Santa Casa de Votuporanga foi
convidada para uma live nesta terça-feira (23/3). O provedor Luiz Fernando Góes
Liévana participou do bate-papo com o vereador de Américo de Campos, Mailton
Morais e com o vice-prefeito, Naldinho Rodrigues.
Entre os assuntos abordados: a
atual situação do Hospital na pandemia do Coronavírus, estrutura e
profissionais, dificuldades diárias,
Luiz Fernando explicou como os
atendimentos COVID-19 tiveram início. “Estávamos nos estruturando para uma
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana e nos adaptamos para a nova
demanda. Em menos de um mês, adequamos nosso espaço para um Pronto Atendimento
próprio para doenças respiratórias, uma UTI com 10 leitos e uma ala exclusiva
destes pacientes”, contou.
A Santa Casa começou em março de 2020
sem leito de isolamento disponível. Em abril, criamos 10 vagas para UTI
COVID-19 e 14 de enfermaria. “Em julho, foi o nosso primeiro pico, onde tivemos
que aumentar nossa estrutura, que envolve espaço físico, equipamentos,
profissionais, aumento de medicações. Neste período, aumentamos para 18 leitos
de Unidade de Terapia Intensiva e 25 de enfermaria. Hoje, estamos com 28 leitos
de UTI e 37 leitos de enfermaria, atingindo a ocupação máxima para pacientes
graves e transferindo muitos casos para outras cidades”, complementou.
Situação atual
O provedor pediu a união de
todos. “Os hospitais filantrópicos estão em colapso. O Coronavírus trouxe um
déficit maior financeiro e uma demanda que não para de crescer. Precisamos
rever a tabela SUS urgentemente, que há anos não sofre reajuste e que as
Prefeituras possam pagar a subvenções mensais, que nos auxiliam em nossos
atendimentos”, disse.
Luiz Fernando reforçou que a população,
principalmente, precisa fazer sua parte. “Estamos há mais de 1 mês com nossa
UTI COVID com taxa de 100% de ocupação e nossa enfermaria quase atingindo também.
A média de permanência de um paciente na UTI é de 18 dias, o que reduz o
rodízio destes assistidos. Uma de nossas medidas efetivas recentemente foi a
troca do reservatório de oxigênio, uma vez que nossa demanda praticamente
dobrou”, afirmou.
Desafios
Ele ressaltou as dificuldades
diárias financeiras, de estrutura física e de pessoal, que se potencializaram
ainda mais com o Coronavírus. “No momento, estamos em busca de recursos
financeiros, contratação de profissionais de saúde, equipamentos e medicamentos
para seguimos na guerra contra COVID-19. As medicações já são um problema em
todo o Brasil, devido ao aumento inflacionário em cima destes itens, além do
atraso na entrega”, falou.
Profissionais de saúde
O provedor agradeceu o empenho
dos profissionais de saúde. “São verdadeiros heróis. Estão há um ano
trabalhando interruptamente para salvar vidas. Desde o começo, estão na linha
de frente, se arriscando e se isolando de suas famílias para atender quem
precisa. Com o tempo, estão cansados, mas sempre priorizando a assistência
hospitalar. Neste momento, quero deixar meu reconhecimento e gratidão a
médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
psicólogos, cozinha, limpeza, recepção, farmácia e até mesmo os setores
administrativos sentem uma mudança muito grande, um aumento de trabalho e
alteração nas rotinas, com protocolos novos que vão desde a paramentação até a
suspensão de visitas”, destacou.
Como ajudar o Hospital?
Luiz Fernando contou que o auxílio pode ser feito de
diversas formas. “A população pode contribuir com alimentos, produtos de
higiene, equipamentos de proteção individual, dinheiro, da forma que for
possível para cada um. Vou deixar aqui o contato da Mariana, que é do nosso
setor de Captação de Recursos para quem tiver interesse em nos ajudar de
qualquer forma, pode falar com ela no 17 981017479. Algumas cidades também
estão organizando arrastões de alimentos e já agradecemos imensamente cada um
pela iniciativa”, enfatizou.
Agradecimento
Para finalizar, ele agradeceu a todos. “A Santa Casa nunca
esteve sozinha nesta pandemia. Sentimos o movimento de toda uma região e grupos
em prol de nossos pacientes. Recebemos doações de alimentos, empresas que
destinam álcool semanalmente, artistas que fazem lives. Além disso, nossa
gratidão para grupos de cidades que costuram máscaras. Recebemos orações,
cartas de alunos, tudo isso mantém nossas forças e renovam nossa esperança. Então
eu, em nome de toda a diretoria, médicos, colaboradores, pacientes e
voluntários, preciso agradecer. Nosso muito obrigado!”, frisou.
Luiz Fernando pediu para que a população possa cumprir as
medidas de prevenção. “Este é um momento muito crítico para todos. Seguimos com
as medidas de prevenção: usem máscaras, higienize suas mãos e nos ajude a
conseguir continuar salvando vidas”, concluiu.