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Santa Casa de Votuporanga lidera avanço tecnológico no cuidado a recém-nascidos de alto risco

A Santa Casa de Votuporanga deu um passo decisivo na modernização do cuidado intensivo neonatal ao implantar, na última quinta-feira (11/12), duas unidades da UTI Neon – UTI Neonatal Neurológica Digital. A iniciativa transforma o cenário da assistência neonatal na região, colocando o hospital entre as instituições mais avançadas do país no cuidado com recém-nascidos de alto risco. A chegada dessa solução representa um avanço fundamental diante de um problema de grande impacto em saúde pública. Estima-se que entre 20 e 30 mil bebês nasçam anualmente no Brasil com asfixia perinatal, condição que, quando não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar ao óbito ou a sequelas neurológicas graves. Somam-se a esse cenário os mais de 340 mil nascimentos prematuros por ano e cerca de 26 mil crianças cardiopatas, grupos que também apresentam alto risco de comprometimento neurológico. Grande parte dessas lesões ocorre de forma silenciosa, sem sinais clínicos evidentes, o que torna a detecção precoce de alterações cerebrais um fator decisivo para a sobrevida e a qualidade de vida desses recém-nascidos.   Monitoramento cerebral contínuo e decisão clínica mais precisa A UTI Neon – UTI Neonatal Neurológica Digital é um programa de saúde digital desenvolvido pela PBSF, que permite o monitoramento cerebral contínuo, 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de tecnologia avançada capaz de identificar crises convulsivas e alterações da função cerebral que, em média, 80% das crises são subclínicas, ou seja, não são perceptíveis a olho nu. Além do monitoramento local, os dados são analisados remotamente por uma Central de Vigilância e Inteligência (CVI), formada por especialistas, garantindo suporte contínuo à equipe assistencial da Santa Casa de Votuporanga e decisões clínicas mais rápidas e assertivas.   Integração com a hipotermia terapêutica A tecnologia também é fundamental para a correta indicação e acompanhamento da hipotermia terapêutica, tratamento considerado padrão ouro nos casos de asfixia perinatal. O procedimento consiste na redução controlada da temperatura corporal do recém-nascido, que deve ser iniciado antes das seis primeiras horas de vida, mantido por 72 horas, com temperatura entre 33 e 34 graus, seguido de reaquecimento lento e monitorado. Os resultados associados a esse modelo de cuidado são expressivos, com aumento de 65% na chance de sobrevida normal, sem sequelas neurológicas, além de uma redução de 32% no risco de dano neurológico grave e redução de 38% no risco de paralisia cerebral, indicadores que reforçam a efetividade da integração entre tecnologia, monitoramento contínuo e protocolos avançados de neuroproteção, como a hipotermia terapêutica.   Capacitação e inovação inédita na região A médica responsável pela unidade, Dra. Lara Galvani Greghi, destaca a relevância da implantação. “Esses novos equipamentos, aliados ao treinamento especializado que nossa equipe recebeu, representam um complemento essencial no cuidado neonatal. Trata-se de uma inovação inédita em nossa região. É um marco que posiciona a Santa Casa de Votuporanga na vanguarda da medicina neonatal, reduzindo riscos, prevenindo lesões neurológicas e possibilitando que esses bebês tenham uma vida plena após a alta da UTI”, afirma. Para o Dr. Nicolas Rodrigues, médico pediatra e neonatologista da PBSF, o diferencial está na combinação entre tecnologia, capacitação profissional e suporte remoto especializado. “Nosso objetivo é diagnosticar e tratar de forma cada vez mais precoces crianças com risco de alterações neurológicas, evitando sequelas que poderiam comprometer toda a vida. Fazemos isso por meio de um programa robusto treinamento longitudinal, monitoramento e assistência especializada em tempo real. Assim, conseguimos identificar alterações neurológicas que passariam despercebidas devido à imaturidade do cérebro do recém-nascido”, explica. Já o Dr. Gabriel Variane, fundador da PBSF, ressalta a importância da parceria com a Santa Casa de Votuporanga. “Proteger o cérebro significa proteger o futuro. Cada intervenção precoce representa não apenas uma vida salva, mas uma vida com mais qualidade, autonomia e potencial”, conclui.