Unidade de Diálise: 30 anos de referência em terapia renal
07/08/2020
Amor pela profissão e, principalmente, pelos pacientes. A carreira do enfermeiro José Gomes Vilela está entrelaçada com a história da Unidade de Diálise da Santa Casa de Votuporanga. Neste sábado (8/8), o serviço completa 30 anos de atendimentos, com uma história repleta de dedicação, amor e muito profissionalismo.
Foram décadas que José Gomes acompanhou diariamente a evolução do setor. Após um mês da inauguração, ele foi contratado. Impossível não recordar de tudo como começou. “A assistência era feita pela equipe composta pela médica, Dra. Aparecida Paula G. Visoná(que iniciou o serviço em Votuporanga), uma enfermeira, uma psicóloga e quatro técnicos de enfermagem, além de uma colaboradora da higiene e conservação. Eram nove pacientes que faziam hemodiálise em Rio Preto na época e tinham que viajar até lá três vezes por semana para realizarem o tratamento. Isso motivou a Santa Casa, ajudada por um empresário da cidade, a montar a Unidade, com apenas duas máquinas”, contou.
O enfermeiro lembrou, com muito carinho, da primeira assistida. “Dois dias após a inauguração, atendemos a primeira paciente com início exclusivo de tratamento aqui. Chamava-se Durvalice e esteve conosco por quase 20 anos”, complementou.
Duas máquinas de tratamento, três cidades vizinhas assistidas. Hoje, os números ultrapassaram centenas. São mais de 270 pacientes nas modalidades de Hemodiálise, diálise peritoneal (feita diariamente na casa do paciente), em um total de mais de 3.500 sessões mensais. A linha de cuidados atende ambulatorialmente mais de 100 pessoas de Votuporanga e região.
Os pacientes são das cidades de: Américo de Campos; Álvares Florence; Cardoso; Cosmorama; Floreal; Gastão Vidigal; General Salgado; Macaubal; Magda; Monções; Nhandeara; Parisi; Pontes Gestal; Riolândia; Sebastianópolis do Sul; Valentim Gentil e Votuporanga.
A equipe também mudou. O setor conta com equipe multidisciplinar especializada que é composta por nefrologistas, enfermagem, psicóloga, assistente administrativa, recepcionistas, nutrição e higiene/conservação. Dra. Aparecida Paula G. Visoná, Dra. Neide Oyama Tocio, Dra. Regina Silvia Chaves de Lima, Dr. Arthur Eduardo R. Sanches e Dra. Natalia Acquaroni Gondin, Dra. Thais Prado do Amaral Voltarelli são os profissionais médicos.
Relação com a Unidade
Para José Gomes, a Unidade de Diálise é a oportunidade de viver a plenitude do significado da palavra ENFERMAGEM. “Dedico a maior parte da minha história, vivendo e compartilhando cada minuto da vida de todos que por ali passaram ou seguem conosco. É uma grande família no sentido integral da palavra, com todas as suas particularidades. É gratificante e uma satisfação inexplicável. A Unidade de Hemodiálise é a minha vida. Agradeço a Deus todos os dias pelo privilégio que Ele me concede de fazer parte de tudo isso”, destacou.
Neste tempo de carreira, são várias histórias. Mas uma em especial, de um recém-nascido com um pouco mais de um mês de vida. “Ela dependia totalmente das habilidades da equipe e fui escalado para seu tratamento. Sofria junto, chorava sozinho, buscava auxílio em Deus para iluminar a mim e a equipe. Vimos aquela frágil bebê se recuperar dia após dia, até o momento de sua alta para acompanhamento ambulatorial e, enfim, curada. Foi uma felicidade imensa que se transformou em sonho realizado quando ela se tornou colaboradora da nossa Santa Casa”, afirmou.
Laços de vida
Três vezes na semana, o jovem Lucas Caldorim Galisteu, de 35 anos, faz hemodiálise na Santa Casa. São 13 anos e 9 meses de tratamento renal, de qualidade de vida, amizade e muito amor com toda a equipe da Unidade.
Antes das sessões, Lucas fez sua primeira consulta em 1993. “A entrada era pelos fundos do Hospital e o corredor fazia eco. Havia apenas um sofá, algumas cadeiras e a mesa da recepcionista. As máquinas de Hemodiálise gigantes e amedrontadoras, como adolescente que era, uma visão incomum”, contou.
Ele ficou sete anos afastado da Unidade por conta de um transplante. “Infelizmente, a função do órgão transplantado deteriorou-se e, novamente, voltei para o serviço em 1999, dessa vez para dialisar. O ambiente já estava diferente, com mais espaço. Os equipamentos já não eram gigantes. Muita coisa tinha modificado”, complementou.
E as transformações não pararam. “Desde 1999 até hoje, mudou muito mais. Presenciei as ampliações: uma nova recepção, salas para consultas, para emergência, diferentes tipos de salões de diálise para especificidades de pacientes e refeitório. As paredes não fazem mais ecos. Cresci junto com a Unidade”, afirmou.
Lucas já fez diálise em outros locais, quando viaja e falou de suas experiências. “Conheci várias unidades, inclusive de outros Estados. Posso dizer com toda certeza que Votuporanga não fica atrás de nenhuma delas, está até mesmo em um patamar igual em infraestrutura e tratamento ao das melhores clínicas particulares que visitei”, destacou.
Amor pela equipe
O paciente falou da sua relação com os profissionais. “A terapia renal é diferente das outras áreas. Necessitamos estar ao menos três vezes por semana, durante quatro horas ali. É impossível não criarmos vínculos com a equipe e este é o diferencial que ali existe de onde surgem a confiança e o sucesso do tratamento. Muitos dos funcionários que ali trabalham ou já trabalharam são meus amigos. Todas as conquistas que obtive em minha vida pessoal, só foram possíveis pelo empenho e dedicação deles”, ressaltou.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, parabenizou a equipe. “É a nossa referência. Temos muito orgulho do nosso serviço de terapia renal. Dra Paula e toda sua equipe merecem nosso respeito e reconhecimento diante de tanta dedicação com nossos pacientes. O acolhimento é diferenciado, pensando nos pacientes inclusive de outras cidades e que ficam tempo maior na Instituição”, disse.
Ele destacou a parceria com Associação dos Pacientes Renais de Votuporanga (Aprevo). “São voluntários abnegados, liderados pela nossa querida Hermelinda Marcassi Olivo, que estão a todo tempo auxiliando os pacientes da nossa Diálise. Desenvolvem um trabalho fantástico e humano, realizando confraternizações, atividades para proporcionar maior qualidade de vida”, complementou.